quarta-feira, 11 de março de 2009

Alma ...

Me chamo Thiago Marinho da Silva.
Nasci em 21.05.1981 desde esse dia São Paulino sou, só não conseguia falar.
Espremido por pais e tios na grande maioria corinthianos, quase um pré destinado
a fardar as cores alvi negras, mas o coração, ahhh o coração que com seu vermelho
pincelou a terceira cor mais importante e fez minha vida ser tricolor.
Muitos falam que o cidadão muda de nome, de país, de mulher, de emprego, de carro
e até de sexo hoje em dia, mas de clube de futebol ele nunca muda.
Em 77 meus pais talvez namorassem, talvez eram amigos e infelizmente o "projeto"
do meu nascimento não permitiu ver ao vivo nosso primeiro título nacional.
Mas me orgulho como todos que viram aquela final eletrizante em pleno Mineirão lotado.
O orgulho ali era imenso, mesmo com um time dito "inferior" conseguimos ser superiores !
É um amor nostálgico em que faria tudo para poder ter conquistado ...
Em 86 com a final em 87 meu amor foi a primeira vista, então com 5 para 6 anos, morava
na cidade de São Vicente e assisti aquela peça teatral, sim, pois não foi um simples jogo,
uma simples final ! Foi "A Final" e ponto.
Se pudesse escolher a melhor dentre as melhores, 86/87 com certeza
é minha preferida, não tem jeito, primeiro amor não se escolhe, apenas se sente.
Pois o Guarani não era um timeco, era um senhor time e que foi a base de nosso craque Careca.
No dia seguinte na escola, estufava no peito que era campeão brasileiro, contra amigos
corinthianos e santistas que nunca tinham visto tal façanha ao longo de seus grandiosos 6 anos
de vida.
Tivemos sim o ano sabático de 88 e os vices de 89 e 90 que eram na minha opinião, não um sinal
de desprestígio e de malogros e sim sinais de que algo grande viria a acontecer.
E o destino não desmentiu isso.
Ano de 91, eu com meus longos 10 anos na cidade de Cosmopolis, interior de SP. 10 anos de amor,
de choro e de torcida, celebrados com um título contra o "caipira" Bragantino.
Sofrido, contra um time aguerrido mas não técnico. A base das conquistas estavam arquitetadas
e solidificadas nos títulos da libertadores e mundiais de 92 e 93.
Meu amor era forte e consolidado, quantos casais se separam com menos de 5 anos de convivência ?
Eu já tinha 10 anos de cumplicidade, na derrota e na vitóra, na alegria e na tristeza.
De 91 a 2005 não tivemos Brasileiros ? Mas tivemos Rio São Paulo, tivemos Paulista e ainda por
cima nos demos ao luxo de ter mais uma Libertadores e mais um Mundial, pouco ?
Em 2006, já com 25 anos, um homem formado com muito ardor por meu pai que infelizmente
hoje não está mais fisicamente ao meu lado e que nunca me recriminou e sempre me apoiou
e por minha mãe que batalha todos os dias da vida, com se fosse o último tive mais uma alegria,
15 anos depois mais uma alegria de ganhar um Brasileirão e essa alegria pulsa até hoje com
sequencias vitoriosas em 2007 e 2008 e que faz meu coração, aquele coração que me ajudou em 81
a sorrir e bater mais forte no peito e dizer:

- Soberano !

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